Sistemas de controle
Encontro em 02/05/2024
1. Resultados desejados
1.1. Objetivos estabelecidos
É um dos requisitos de um Engenheiro de Computação a capacidade de compreender como podemos controlar de forma precisa atuadores (e.g. fazer com que um motor gire exatamente 180 graus). O principal objetivo de aprendizagem deste encontro é a compreensão dos fenômenos e ferramentas matemáticas e computacionais envolvidas para que esse controle de atuadores seja possível.
Um objetivo secundário ligado ao projeto é perceber que o robô que eles utilizarão só é capaz de funcionar de forma controlada por causa da aplicação dos conceitos vistos nesse encontro.
1.2. Quais são as questões centrais do encontro?
- Como eu posso fazer um sistema móvel (e.g. robô) se mover de forma precisa toda vez? O que significa um sistema ser controlado?
- O que é controle de malha aberta? E controle de malha fechada? Como esse conceito influencia na eficácia do controlador e no custo de implementação?
- Como eu posso modelar matematicamente o comportamento desses sistemas? Qual a relação disso com equações diferenciais e o domínio dos números complexos?
- O que exatamente um "controlador" faz? Ele tem dinâmica? Se sim, como essa dinâmica influencia no comportamento do sistema?
- Qual é a técnica de controle que vai me servir em praticamente todos os casos em que preciso controlar um sistema linear?
- Qual o papel de cada um dos termos do controlador PID? Como cada um deles influencia na dinâmica do sistema?
- Como definir o modelo matemático que rege o comportamento de um sistema dinâmico através de ensaios experimentais?
1.3. O que o aluno deve compreender?
- O aluno deve saber a diferença entre controle de malha aberta e malha fechada, elencar os prós e contras de cada tipo de controle e quando deve-se usar cada um;
- O aluno deve compreender que os componentes básicos para fazer com que um sistema se movimente podem ser descritos matematicamente por equações dinâmicas;
- O aluno deve entender o processo através do qual é possível compor sistemas dinâmicos complexos pela concatenação do comportamento dinâmico dos seus subsistemas e entender que a ferramenta matemática que permite esse tipo de composição de forma relativamente indolor é a transformada de Laplace;
- O aluno deve entender que um controlador nada mais é do que um sistema dinâmico que atua na diferença entre o objetivo do sistema e o seu estado atual (em outras palavras, o erro). Essa compreensão é fundamental para construir a próxima compreensão;
- O aluno deve compreender que ajustar um controlador pode ser um processo de tentativa e erro ou um algoritmo de otimização de parâmetros de uma equação matemática. Ser capaz de fazer a segunda opção é o que tipicamente separa um engenheiro de um hobbysta;
- O aluno deve dominar de forma intuitiva os conceitos por trás do controlador PID e como cada um dos seus componentes influencia no comportamento do sistema. Com esse conhecimento;
- O aluno deve entender que não existe um controlador perfeito, mas sim um controlador adequado. A resposta temporal de um sistema deve ser informada pelos requisitos de projeto, servindo como métrica de adequação do controlador; e, por fim
- O aluno deve conhecer o processo através do qual é possível aproximar a equação dinâmica que rege um sistema através de ensaios com entradas conhecidas (e.g. função heaviside).
1.4. O que o aluno deve ser capaz de fazer?
Uma pequena quebra de protocolo é conveniente aqui, pois a seguir será delineado aquilo que não se espera que o aluno seja capaz de fazer após apenas um encontro de sistemas de controle:
- Não se espera que o aluno seja capaz de modelar sistemas complexos utilizando massas, molas e amortecedores; e
- Não se espera que o aluno seja capaz de projetar um controlador do zero, utilizando ferramentas como lugar das raízes e otimizando os pólos e zeros de malha fechada do sistema;
O que se espera, na verdade, é um tanto mais singelo:
- Espera-se que o aluno seja capaz de considerar aspectos de controle ao criar integrações com sistemas controlados;
- Espera-se que o aluno seja capaz de inspecionar a resposta temporal de um sistema e ser capaz de discutir sobre a sua estabilidade; e
- Espera-se que o aluno seja capaz de discutir sobre decisões básicas de controle tendo em vista os objetivos e recursos de projeto.
2. Evidências de aprendizado
2.1. Evidências de desempenho
Perguntas no padrão ENADE
Como esse é um conteúdo obrigatório para cursos de Engenharia de Computação, podemos contar com a régua de avaliação do ENADE para aferir se o conhecimento adquirido pelo aluno foi suficiente. O aluno deve conseguir compreender o contexto fornecido pelas perguntas nesse padrão e raciocinar sobre a resposta utilizando as ferramentas matemáticas que lhes foram fornecidas no decorrer do curso.
Questionários abertos em sala de aula
Muitas vezes é interessante medir a absorção do conteúdo em ambientes com menos pressão do que uma avaliação formal, para essa finalidade pode ser útil utilizar o ambiente de sala de aula para um debate aberto sobre perguntas relacionadas à sistemas de controle. Aqui é bastante importante estimular a participação de todos os alunos sem julgamento, mas sim correções oportunas.
Questões objetivas
A tomada de decisão a respeito de implementação de controladores pode ser avaliada através de cenários hipotéticos dispostos no formato de questões de multipla escolha com justificativa. Aqui vai ser possível verificar se o aluno é capaz de participar de forma ativa de construtiva da tomada de decisão na implementação de um sistema de controle.
2.2. Outras evidências
3. Plano de aprendizagem
Daily (0 - 15 min)
Discussão: apresentação das questões centrais (15 - 25 min)
O que significa um sistema ser controlado?
O professor irá discutir abertamente as questões centrais envolvidas no encontro, apresentando o problema de controle de sistemas de forma intuitiva.
Expositivo: sistemas de controle e o domínio dos complexos (25 - 50 min)
O que é controle de malha aberta e de malha fechada Como e por que modelar o comportamento de sistemas dinâmicos O que é um controlador? Ele tem dinâmica?
Contando com a exposição mais aprofundada dos autoestudos sobre o assunto, o professor deve contextualizar a próxima etapa da instrução utilizando alguns slides explicativos sobre o papel da transformada de Laplace na modelagem de sistemas e como um sistema de malha fechado pode ser representado no domínio dos complexos.
Atividade: interagindo com o PID (50 - 90 min)
- Qual é a técnica de controle que vai me servir em praticamente todos os casos em que preciso controlar um sistema linear? *
- Qual o papel de cada um dos termos do controlador PID? Como cada um deles influencia na dinâmica do sistema? *
Utilizando um simulador simplificado, os alunos devem interagir com cada componente do controlador PID e observar o comportamento do sistema quando um componente é adicionado ou tirado e quando uma constante aumenta ou diminui.
A atividade deve ser dividida em dois momentos:
- Interação com o PID (20 min)
- Discussão do que descobriu com o seu grupo (20 min)
*Atividade: discutindo as conclusões (90 - 110 min)
O professor guiará uma discussão em grupo sobre as conclusões do experimento sobre PID. As perguntas que guiarão o debate serão:
- Qual é a técnica de controle que vai me servir em praticamente todos os casos em que preciso controlar um sistema linear? *
- Qual o papel de cada um dos termos do controlador PID? Como cada um deles influencia na dinâmica do sistema? *
Expositivo: identificação de sistemas (110 - 120 min)
- Como definir o modelo matemático que rege o comportamento de um sistema dinâmico através de ensaios experimentais? *
Para finalizar o material do encontro, o professor apresentará a resposta temporal padrão de sistemas de segunda ordem como uma forma de avaliar sistemas através de experimentação, sem precisar modelar precisamente o seu comportamento.